Pai consegue na justiça direito de retirar filho de casa

A Justiça de Mato Grosso do Sul autorizou que um homem possa retirar seu filho, viciado em drogas, de casa e mantenha distância de 100 metros do local.
 
A sentença proferida pela Vara de Fazenda Pública e Registros Públicos de Três Lagoas julgou procedente a ação movida pelo Ministério Público Estadual, determinando que o filho retire-se da residência de seu pai. Além disso, o réu fica proibido de se comunicar com o idoso por qualquer meio de comunicação.
 
O Ministério Público afirma que o réu é usuário de drogas e criminoso. Ressalta que desde setembro de 2013 o réu estava morando com seu pai, expondo-o a constantes perturbações e ameaças. Relata ainda o MP que, ao ouvir o idoso, este afirmou que não suportava mais conviver com o filho, desejando que o réu saísse de casa.
 
Em sua decisão, a juíza Aline Beatriz de Oliveira Lacerda observou que o réu sequer contestou os fatos alegados pelo Ministério Público, ou seja, a ação ajuizada de medida de proteção merece prosperar. Além disso, a magistrada analisou: “o legislador infraconstitucional também definiu no Estatuto do Idoso ser obrigação da família assegurar com prioridade o direito à vida, à saúde, à dignidade e à convivência familiar do idoso (artigo 3º, da Lei nº 10.741/2003). A legislação mencionada determina ainda que nenhum idoso poderá ser objeto de qualquer forma de negligência ou omissão, nos termos do artigo 4º”.
 
Desse modo, a juíza concluiu: “o artigo 43 do Estatuto do Idoso prevê que medidas específicas de proteção deverão ser aplicadas quando os direitos do idoso forem viciados ou ameaçados de violação por falta, omissão ou abuso da família. Assim, indiscutivelmente, o caso reclama o afastamento definitivo do réu do lar onde reside o seu genitor”.
 
Órgão: TJ/MS

Número do Processo: 0806235-23.2013.8.12.0021Fonte: Fato Notorio -  www.fatonotorio.com.br

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